MEIO AMBIENTE – O GRAVE PROBLEMA DO DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS

Frequentemente ouvimos, lemos e assistimos matérias relacionadas ao meio ambiente, esse assunto abrange um universo de temas muito grande. A ONU (Organização das Nações Unidas) definiu em 1972, esse sistema como: “Meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas”.

Resultado de imagem para desaparecimento das abelhas

Assim é possível perceber que os animais e plantas fazem parte dele. Os insetos, mais precisamente as abelhas, que muitas vezes passam desapercebidas por muitas pessoas, têm um papel preponderante não só na produção de mel, mas como agente transportador do pólen para outras plantas. Essa atividade das abelhas é fundamental na produção de outros alimentos, sem a polinização poderá faltar o sustento no mundo. As abelhas levam o pólen para mais de 80 plantas consumidas no mundo e algumas pesquisas afirmam que 75% de tudo o que comemos é produzido com a ação delas. Porém, outra boa parte do que consumimos não depende necessariamente das abelhas, no entanto quando elas estão presentes, a produção desses alimentos cresce cerca de 20%. Além disso, são mais nutritivos e visualmente ficam mais atraentes.

No Brasil, segundo a pesquisadora da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Carmen Pires, em entrevista concedida em 8 de abril de 2019 ao programa Participação Popular da Câmara dos Deputados, disse que estão catalogadas mais de 1700 espécies de abelhas nativas da região tropical e existem estimativas de que esse número possa chegar a 3000 espécies. Outro dado, é que entre as abelhas está a Apis Melífera chamadas de introduzidas, ou seja, abelhas não nativas trazidas para a produção de mel. Hoje, no Brasil temos a hibridização da Apis Melífera Europeia com Apis Melífera Africana, no qual assegura uma espécie nova.

Apesar de tantas espécies, as abelhas estão desaparecendo e os principais motivos são: uso de agrotóxicos, as altas temperaturas, o desmatamento, doenças contraídas por esses insetos e o enfraquecimento das colmeias devido à ação humana. Os continentes que mais sofrem com a falta desses insetos são a Europa e América do Norte, nesses locais existem mais investigações sobre quais fatores causam a morte deles em colmeias. Sabe-se que é possível reduzir em 80% a mortandade de uma colmeia, se uma aplicação de pesticidas for feita em um horário que não seja o de visitação, durante o período da manhã quando se formam as flores e as abelhas perambulam.

O Brasil tem áreas de preservação ambiental permanente, são locais onde podem se montar favos e formar colmeias, o que não é possível em outros espaços. Possuímos extensões propícias para o não uso de agrotóxicos com tamanhos que vão de 35% a 80% no caso da Amazônia, o que não é visto em outros países.

Nos EUA e na Europa existem programas de aluguel de colmeias para a polinização das lavouras. De acordo com Rodrigo Justos, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, “o apicultor leva um caminhão cheio de abelhas e fica dois a três dias lá fazendo isso”. Segundo ele, nós não chegamos a esse ponto, mas no Nordeste aonde operam o ramo da fruticultura de exportação, os próprios produtores se tornaram apicultores. Para Carmen Pires, a indústria de produtos agrícolas deve começar a produzir substâncias sem agrotóxicos, contudo, enquanto isso não ocorre é necessário que o produtor tenha consciência da quantidade aplicada em suas plantações se isso é necessário para sua produção. É bom lembrar que os tamanhos das lavouras e as temperaturas diferem de norte a sul, o que pode afetar nas dosagens e tipos de químicas.

Voltando a falar sobre as abelhas, de acordo com dados de pesquisas, o Brasil perdeu cerca de 30% das nossas colônias recentemente. Na Europa o número é maior, por volta de 53%. Segundo o deputado Rodrigo Agostinho, que é presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. No Rio Grande do Sul perdeu-se cerca de meio milhão de enxames de abelhas. Isso por causa do uso de venenos. O tema é bastante complexo, mas é bom estar atento e ter consciência.

Por: Gabriel Ábalos