NOVOS DILEMAS DA MULHER MODERNA

Vale a pena entender as mudanças provocadas nos últimos anos em decorrência da ascensão feminina no mercado de trabalho. Como incentivo, a Primavera Editorial lança este ano o livro Mulheres modernas, dilemas modernos. E como os homens podem participar (de verdade). Ele traz um olhar prático e contemporâneo das visões feminina e masculina. Isso porque as mudanças da sociedade moderna estão exigindo uma nova “programação” do DNA de homens e mulheres.

No século XXI, não há mais papéis predefinidos, não há mais espaço para velhos estereótipos, tanto na família quanto no trabalho. E também na forma como estamos preparando nossos filhos. Quer uma degustação do diálogo que os autores Joyce Moysés e Claudio Henrique dos Santos estabelecem nesse livro? Eles prepararam uma degustação para você, apresentando 5 dos 16 dilemas discutem no livro:

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  1. Ganho mais do que ele, tenho mais sucesso na carreira.

Joyce: A escolha do parceiro ajuda a minimizar vários problemas femininos atuais, como essa bobagem de marido ou namorado ficar incomodado com mulher que ganha mais. Quando existe num relacionamento tanto respeito à individualidade de cada um como vontade de batalhar melhorias conjuntas, o casal lida de forma menos egoísta com dinheiro, e isso só facilita a jornada e fortalece o vínculo afetivo.

Claudio: O bom planejamento financeiro da casa é um dos pressupostos para uma relação bem-sucedida. Não é raro ver certa divisão fixa das despesas: “eu pago isso, você paga aquilo”. Isso é o máximo que alguns casais conseguem planejar juntos. Mas vamos concordar que não faz o menor sentido um pagar juros no cartão de crédito ou cheque especial, enquanto o outro está poupando dinheiro. Parece estranho, mas acontece no dia a dia de muitos casais.

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Na foto Claudio passando roupa.
  1. Falo muito em igualdade, mas não quero um marido que fique em casa.

Joyce: Essa possibilidade é relativamente nova, por isso temos de dar “um desconto” à confusão de ideias e sentimentos que ambos os lados sentem. Um casal pode passar por situações diversas, como um ficar em casa e o outro cumprir expediente numa grande empresa. Tempos depois… inverter. E, passado um tempo, os dois dividirem o mesmo teto para amar e trabalhar. Nossa vida é dinâmica.

Claudio: A princípio, as mulheres parecem ser as que mais se beneficiam com a decisão. Mais aliviadas das responsabilidades domésticas, elas podem concentrar-se em sua carreira. Já parou para pensar nessa possibilidade? Se você ama sua carreira acima de tudo, e o trabalho consome a maior parte do seu tempo, deveria avaliar essa hipótese com mais carinho.

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  1. Meu marido não quer me ajudar nas tarefas domésticas.

Claudio: As tarefas da casa e o cuidado com os filhos entraram, sem pedir licença, no universo masculino e devem ser encarados com naturalidade e desprendimento. Não existe mais espaço para papéis predeterminados e o segredo para a felicidade é uma vida compartilhada, um verdadeiro trabalho em equipe. Se o seu marido ainda não percebeu isso, talvez ele não mereça você e mais ninguém.

Joyce: Vamos reeducar a ala masculina, para conservar o (des)serviço que mulheres das gerações passadas, sem a intenção, produziram na criação dos meninos. E não custa lembrar que, de acordo com um estudo realizado na Suécia, os homens que executam tarefas domésticas têm menos chances de ter problemas psicológicos como ansiedade, nervosismo e falta de concentração, além de uma probabilidade menor de sofrer doenças do coração. Bingo!

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  1. Amo a minha família e sinto culpa por amar também o meu trabalho.

Joyce: As pessoas confundem o significado da palavra egoísmo: cuidar de você em primeiro lugar não é uma atitude egoísta. Permite que tenha mais condições de dar apoio, ser carinhosa, divertir-se com quem ama. Se você está bem, sentindo-se produtiva, alcançando vitórias pessoais, o seu relacionamento com os filhos sai ganhando. Pode transmitir coisas boas à família. Então, pare de se torturar.

Claudio: Talvez o conceito do que é “ser mulher” – aquele relacionado a fazer tudo perfeitamente, como se concorresse ao duplo prêmio de supermãe e superprofissional – é que precise mudar. Aliás, será que ainda existe essa cobrança absurda por perfeição ou é você quem continua dando muito valor a esse velho paradigma? Persistir nisso chega a ser perverso. Afinal, as mulheres lutaram tanto para chegar lá!

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  1. Dono de casa vai virar uma profissão, e posso ser a provedora.

Claudio: Se é a principal provedora (ou única) da casa, isso não é o final do mundo, embora seu DNA sempre dirá o contrário. Por mais que a mulher seja independente, ou por melhor que seja a situação financeira da casa, algum dia ela vai querer acionar o botão de pânico. Respire fundo e conte até 10 antes de fazê-lo. Seu marido (e sua relação) agradecem.

Joyce: Essa e outras convenções sociais estão sendo revistas. Especialmente no Brasil, depois das novas regras para contratar empregados domésticos, mais gente deverá ficar entre a cruz e a caldeirinha (trabalhar ou cuidar da casa?). O alto custo de ter ajudante do lar, entretanto, não é a única motivação para um dos cônjuges pedir demissão do emprego ou guardar o diploma na gaveta e delegar ao outro o papel de provedor.

Se você gostou do que leu, vai adorar o livro Mulheres modernas, dilemas modernos. E como os homens podem participar (de verdade). Você encontra nas melhores livrarias, como Saraiva, Fnac, Cultura, Martins Fontes, Livraria da Vila… por R$ 29,90 – ou até menos, pois há promoções. Ou diretamente com a editora: www.primaveraeditorial.com.br.

Joyce Moysés
Jornalista, escritora, ghost writer e palestrante