O que é Parafilia: Desejo sexual ou transtorno mental
Você já ouviu falar em parafilia? Nesse texto tentaremos elucidar o que são as parafilias, trazer alguns exemplos e explicar algumas das polêmicas que acompanham essas práticas. Preparados?
De forma genérica, define-se por parafilia qualquer preferência ou obsessão sexual que é considerada anormal pela sociedade, ou seja, que foge do comum. São práticas onde o estímulo sexual se dá por elementos específicos, onde o prazer pode ser alcançado sem necessariamente haver contato com genitais. Cada parafilia tem suas singularidades e várias subcategorias. Abordaremos algumas dessas práticas de forma superficial, mas ressaltando que há muito mais para ser conhecido dentro de cada uma.
Por essas práticas serem diferentes do que é considerado normal, muitas pessoas que têm essas preferências acabam sofrendo por medo de julgamentos e vergonha e expor seus desejos, mesmo a parceiros de longa data.
Parafilia é uma doença?
As parafilias não são necessariamente uma doença, ou transtorno. Quando a pessoa desenvolve essas preferências sem que isso lhe traga nenhum prejuízo e nem a outrem, não é considerada maléfica. Podem ser integradas às relações ajudando no prazer mútuo, sem excluir o amor e carinho entre os parceiros. Mas há casos em que pode se tornar um transtorno parafílico.
Uma parafilia pode ser considerada um transtorno quando a pessoa perde o controle e começa a prejudicar sua rotina por conta dessas preferências, ou mesmo prejudicar outras pessoas, seja por constrangimento, seja por violência, ou mesmo por o parceiro se sentir um objeto na prática.
Entendendo as Parafilias
Algumas parafilias não são necessariamente incomuns, podendo ser usadas pela maioria das pessoas como brincadeiras para apimentar a relação. A diferença entre uma parafilia é uma brincadeira é que para quem tem esse tipo de preferência o elemento de desejo é praticamente obrigatório para que essa pessoa possa gozar. Por exemplo, a sitofilia, em que comidas são incrementadas às práticas sexuais. Um casal “normal” pode utilizar essa prática, sem que ela seja regra na relação. Outras parafilias são marginalizadas, como a flatofilia, onde há um desejo em sentir peidos, ou mesmo ouvir, podendo ou não haver a presença de um parceiro. Vale ressaltar que quem pratica alguma parafilia não necessariamente irá estimular os genitais. O prazer é obtido pela presença do “objeto parafílico”.
Há também algumas dessas práticas que são consideradas abomináveis e até mesmo criminosas, como é o caso da pedofilia, que é o desejo sexual por menores de idade, ou a zoofilia, que é prática sexual com presença de animais. O voyeurismo e o exibicionismo também são exemplos de parafilias que podem ser ilegais. As parafilias são mais comuns nos homens e geralmente ocorrem combinadas, o que significa dizer que quem tem essas preferências geralmente possui mais de um tipo de desordem sexual. Por exemplo, a prática de tickling, onde o prazer tem como base fazer cócegas no parceiro, muitas vezes vem acompanhado de práticas BDSM, e um dos parceiros é imobilizado enquanto o outro lhe faz cócegas.
Tipos de Parafilias
BDSM
O BDSM engloba práticas relacionadas a disciplina, dominação e submissão. Essas práticas ocorrem de maneira consensual entre seus praticantes. É bastante diversa, e pode ou não haver ato sexual. Existem várias casas em que praticantes se reúnem para atender suas fantasias, já que existem um leque de variações dessa prática e nem sempre é comum achar quem compartilhe dos mesmos interesses.
O BDSM é um conjunto de práticas, possui muitas variações e costuma ser praticado com outros tipos de parafilias. Os praticantes costumam utilizar uma palavra de segurança (“safe word”) que deve ser usada quando um deles sente algum tipo de incômodo ou desconforto durante a prática, a fim de que aquilo que está machucando seja findado sem atrapalhar a prática como um todo.
Confira a linha de cosméticos BDSM da Feitiços Aromáticos
Tickling
Consiste na prática cócegas no parceiro como estímulo sexual. Há quem sinta prazer sentindo as cócegas e em quem o prazer está em ver o parceiro se contorcendo com cócegas. Essa prática pode ocorrer com um dos praticantes imobilizados.
Sitofilia
Prática sexual em que alimentos são utilizados para como elemento de excitação. Pode causar excitação como itens decorativos, como usar chantilly no corpo, ou como consolos, como pepinos e bananas que tem formato fálico e podem ser usados para penetração. E há também alimentos que podem ser penetrados, por imitarem uma cavidade em que o pênis pode ser inserido.
Podolatria
Nessa parafilia o objeto de excitação são os pés. A pessoa sente prazer em ver os pés, cheirar, tocar, lamber, ou mesmo ser pisado pelos mesmos. Existem concurso de “miss pés” voltados para esse público, e mesmo bares onde pessoas que tem essa parafilia vão para realizar suas fantasias, sem haver necessariamente prática de sexo tradicional. Há quem tenha tara em pés limpos, delicados e bem cuidados, e quem prefira pés sujos.
Voyeurismo
Essa parafilia consiste na excitação em assistir outras pessoas praticando sexo. Pode ser considerada crime quando feita sem o consentimento de quem está sendo observado. Há quem curta ver estranhos transando, mas também quem sinta prazer assistindo o parceiro fazendo sexo com um terceiro. No caso do homem que sente prazer em ver a parceira com outras pessoas dá-se o nome de “cuckold”, que tem sido um termo bastante pesquisado por brasileiros em sites adultos.
Cisvestismo
O Cisvestismo talvez seja a parafilia mais praticada nas brincadeiras sexuais entre casais para apimentar relações, sendo que para quem tem a parafilia, é um item obrigatório no sexo. Consiste em fantasiar-se com uniformes de certas profissões para o sexo, como fantasias de policiais, enfermeiras, bombeiros.
Confira também nosso artigo: O que é shibari
Conclusão
Viu como as parafilias não são coisas de outro mundo? São práticas que priorizam as preferências sexuais de cada indivíduo que tem essa dita desordem sexual, onde os órgãos sexuais não são o foco para obtenção do prazer. Com certeza todos já experimentamos em algum momento uma prática parafílica. Conceitualmente, sentar e assistir um vídeo pornô para obter prazer é uma prática de voyeurismo. Fantasiar-se para o parceiro para quebrar a rotina do casal é uma prática do cisvestismo, mas isso não é considerado uma parafilia quando é praticado esporadicamente, e não se faz um item essencial para que o casal possa gozar a vontade.
