Existem diversas parafilias que são definidas como impulsos sexuais onde a excitação se dá por objetos ou situações inusitadas que fogem do que é considerado socialmente aceito no contexto sexual. Nesse texto iremos falar sobre o exibicionismo sexual, que como a maioria dos assuntos relacionados ao sexo pode ser considerado um tabu, carregado de polêmicas e com uma linha tênue entre uma preferência e um transtorno sexual.
O que é exibicionismo sexual?
O exibicionismo sexual, como dito anteriormente, trata-se de uma parafilia. Considera-se uma parafilia qualquer excitação por um objeto ou situação específica fora do que é socialmente aceito. No caso do exibicionismo, a excitação consiste em mostrar os genitais, se masturbar ou praticar sexo em público, diante de pessoas desavisadas ou sob aviso. Não há contato físico com o observador, a excitação consiste no ato de impactar o observador com o obsceno.
Um fato intrigante nessa parafilia é que embora haja uma muito pequena porcentagem de mulheres com esses impulsos sexuais, o exibicionismo feminino pode ser considerado algo normal dependendo do contexto. Mas com certeza quando abordamos sob a perspectiva de um transtorno não é uma condição muito comum, embora algumas pessoas possam realizar práticas exibicionistas sem necessariamente necessitarem disso para serem excitadas.
A excitação do exibicionista se dá pelo espanto do outro ao ver seus genitais ou suas ações sexuais. Dessa forma, a prática pode ser considerada criminosa. O exibicionismo praticado de maneira consensual e com alguma cautela pode ser bastante interessante e incorporado para apimentar relacionamentos, afinal de contas atire a primeira pedra quem nunca quis transar onde não devia.
Onde se originou essa prática?
No livro Culto ao Corpo de Marco Roberto Santim da Silva são abordadas as definições e origens do voyeurismo e do exibicionismo. O exibicionismo pode ter dois significados, uma relacionada à mania de ostentação e outro ao desvio sexual aqui discutido. A relação desses termos com atos sexuais deu-se no século XIX, na França, pois haviam bordéis com salas em que era possível observas outras pessoas nuas ou praticando sexo. No século XVIII o significado de voyeurismo estava relacionado “àquele que vê”, apenas no século seguinte passou a ter conotação sexual, bem como o exibicionismo, que também não teve desde sempre seu significado atrelado a práticas sexuais.
O exibicionismo sexual é considerado uma doença?
O exibicionismo sexual pode ser considerado patológico quando causa sofrimento a quem tem esses impulsos, ou a outrem. O exibicionismo sexual como parafilia em si consiste na excitação em exibir-se nu, masturbando-se ou transando diante de uma pessoa desavisada, sendo essa pessoa geralmente uma mulher ou uma criança. Além da nudez e da prática sexual, também pode haver excitação diante humilhação pública de um dos parceiros diante de terceiros. Essa parafilia pode trazer sérias consequências se não tratada e feita de forma não consensual.
O tratamento pode ser feito através de acompanhamento médico, participação de em grupos de terapia coletiva entre indivíduos com transtornos semelhantes e uso de medicamentos em casos mais severos para que haja redução da libido, inibindo a possibilidade de o indivíduo cometer algum ato indevido.
Como se inicia esse transtorno?
Geralmente se inicia na pré-adolescência ou na adolescência, é mais comum entre homens, mas não é um transtorno comum. Atinge cerca de 2% dos homens. É um transtorno comum entre quem já praticou algum crime sexual e com alto índice de reincidência. Pessoas com esse tipo de transtorno costumam ter algum transtorno de personalidade, geralmente transtorno antissocial e transtorno de conduta, que consiste na prática de desrespeitar os limites e direitos do outro.
O que difere uma parafilia de um transtorno parafílico é se houver algum sofrimento envolvido no desejo ou na prática sexual. Dessa forma, como parafilia, e não como transtorno parafílico, o exibicionismo é uma prática bastante comum. Muitas pessoas sentem-se excitadas em praticar sexo em locais públicos por conta da possibilidade de ser pego, saindo da rotina. Desde que não sejam pegos, a aventura pode ser muito interessante. Mas é necessário ter cautela, ser pego pode gerar constrangimento tanto para quem foi flagrado quanto para quem viu a cena desavisado, pode gerar problemas legais. Além do mais, sempre há o risco de que alguém filme e jogue na internet causando um constrangimento muito maior.
Casos famosos de exibicionismo sexual
O sexo feito em locais públicos acaba chocando quem se depara com a cena. Alguns famosos já foram pegos praticando sexo em locais inusitados. Há quem diga que não se trata necessariamente de um flagrante propriamente dito, mas sim de uma autopromoção para ter os holofotes direcionados para si. Sendo autopromoção ou não, segue abaixo a lista com alguns dos danadinhos que foram pegos em flagrante:
Daniele Cicarelli e Renato Malzoni Filho
Em 2006 o casal foi pego praticando sexo em uma praia na Espanha. Foram filmados e foi preciso que Malzoni entrasse na justiça para impedir a veiculação desse vídeo.
Angelina Jolie e Billy Bob Thorton
O casal declarou durante uma entrevista que minutos antes haviam transado dentro da limusine a caminho do tapete vermelho.
Kirsten Dunst e Jake Gyllenhaal
Enquanto durou o relacionamento os dois foram flagrados diversas vezes transando em locais públicos como carros, praias e banheiros públicos. A atriz já chegou a admitir sua preferência por praticar sexo em locais inusitados.
Vanessa Hudgens e Zac Efron
O casal de High School Musical foi flagrado em 2008 fazendo sexo em um resort no Caribe, o que teve uma repercussão negativa para ambos por serem ídolos infanto-juvenis lançados pela Disney.
Eddy Murphy
O comediante foi flagrado por um policial fazendo sexo com uma travesti. Apesar do flagrante, o ator negou que teve alguma relação sexual e alegou que estava apenas praticando uma boa ação.
Pamela Anderson e Tommy Lee
O casal foi flagrado e filmado praticando sexo oral em 2006, o vídeo chegou a ser postado num site pornô mas depois foi retirado.
Outros transtornos sexuais
BDSM
Conjunto de práticas relacionadas a submissão, dominação, bondage e sadomasoquismo. Para seus adeptos é considerada um estilo de vida. São práticas diversas, com denominações próprias e diversas categorias.
Podolatria
Essa parafilia consiste no desejo por um objeto específico: os pés. A pessoa que sofre com esse transtorno possui uma fixação por admirar, lamber, beijar pés, ou mesmo ser pisada. é uma parafilia bastante comum e predominante entre homens.
Zoofilia
Consiste em práticas sexuais na presença de animais como objetos de desejo, podendo ou não ser utilizados no ato. É um transtorno muito polêmico e considerado um crime.
Biastofilia
Desejo de praticar sexo não consensual com uma pessoa inconsciente. Quem pratica esse tipo de ato é criminoso.
Voyeurismo
Desejo em ver pessoas nuas ou praticando sexo, geralmente sem o consentimento das mesmas. Também é uma prática criminosa ja que fere direitos de outrem.
Ausência de desejo sexual
Muitas parafilias podem ser problemáticas, e seu surgimento muitas vezes independe da vontade de quem sofre esses impulsos sexuais. Dessa forma, para ser socialmente aceito ou para não cometer um crime, o indivíduo acaba por inibir seu desejo como forma de se adequar à sociedade em que está inserido e dessa forma pode acabar tendo uma redução na sua libido, devido ao sofrimento infligido a ele por carregar esse transtorno. A linha tênue entre uma parafilia e um transtorno parafílico e justamente o sofrimento gerado a si ou a outrem decorrente de um desejo ou impulso sexual.
Dificuldade na excitação sexual
Em alguns momentos o indivíduo pode ter alguma dificuldade sem sentir excitação devido a problemas do dia a dia, medo de expor suas preferências sexuais para o parceiro, baixa autoestima, estresse e preocupações em excesso, má alimentação, não praticar atividades físicas, problemas no relacionamento, sono irregular, disfunção hormonal. É preciso investigar a causa.
Pouco desejo sexual
A redução da libido pode ser considerada algo normal, desde que seja temporária e possui causas semelhantes às citadas acima relativas à dificuldade na excitação sexual.
Aversão sexual
A Aversão sexual a repulsa a todo e qualquer contato com conotação sexual ou envolvendo genitais. A diferença entre esse transtorno e a assexulidade consiste no sofrimento infligido ao indivíduo nessa condição.
Existe tratamento para esses transtornos?
Sim. Exceto no caso da assexualidade, que não é um transtorno, o restante pode ser tratado com terapia e medicamentos.
Confira também nosso artigo: O que é terapia Sexual
Conclusão
Algumas parafilias embora não sejam práticas sexuais convencionais podem ser bastante interessantes e desde que feitas de forma consensual, legal e sem causar nenhum sofrimento devem ser respeitadas. Porém, algumas parafilias podem tornar-se ou ainda serem por natureza transtornos que causam sofrimento a quem detém essa condição e a outros, podendo gerar prejuízos diversos, inclusive legais.
